E eu acredito nele porque confio nele. Eu acredito nele porque ele fala comigo do fundo do meu coração, lá onde mora aquele pequeno raio de luz, passando pelas minhas veias, pelos meus poros e saindo da minha pele. Eu acredito nele porque ele me pertence e eu, num sublime ato de amor, acredito nele cegamente e nele me sinto segura. Porque estou segura. É meu.
É aquela camada de pele que sinto quente e que me protege de tudo e que cuida de mim de tudo e que eventualmente bato sem querer e que me separa dos outros e que muitas vezes também me uniu a eles. E aquela que me permite abraçar meu filho e senti-lo perto e tocar tudo, cheirar tudo, sentir tudo, abraçar tudo, ver tudo. É aquele lugar maravilhoso que ocupo e que vivo e que sinto que me pertence, e no qual me refugio e que também se refugia em mim, quando muitas vezes não o trato como deveria ser.
Quando meu corpo fala comigo, ele o faz com amor e me permite saber o que fazer, com quem ficar e com quem não ficar. Onde devo ir e onde não? Quando devo continuar e quando devo parar? Quando começar e quando terminar. Agora ele está falando comigo, ele sussurra palavras de amor para mim, me dizendo, espere, você já terminou seu quarto livro, mas este é o primeiro de muitos que você vai publicar. Sorria, na descida, pare e vá beijar a testa do seu filho, vá sonhar com Gaia e o Lugar dos Sonhos, receba aquele sol que você tanto ama, e vá visitar a Rosita para tomarem parviado de chocolate e juntos rirem da vida